quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Alex Flemming na Amparo 60


Alex Flemming volta à Galeria Amparo 60

 

Depois de mais de um ano sem expor na Galeria Amparo 60, Alex Flemming volta ao Recife para apresentar a série Alturas, composta por 10 telas, inéditas na cidade. Nestes trabalhos, o artista continua fiel à pintura e à representação do corpo humano, aspectos sempre presentes em suas obras, que transitam entre temas como História da Arte e da Medicina, religião, sexo e morte. Desta vez, o artista faz uma releitura da História do Retrato, de forma conceitual, mas também tradicional e pictória.

As pinturas em tela tratam de retratos concretos e, ao mesmo tempo, conceituais de diferentes pessoas do mundo da cultura, que visitaram um dos seus dois ateliês, em São Paulo e em Berlim. Durante o processo de produção, o artista convidou ícones da cultura nacional e internacional – aos quais dedica admiração – a posarem na frente de uma tela, sem sapatos, para fazer a medida da sua altura e registrar seu nome. Segundo Flemming, era uma condição sine qua non que todos os convidados fossem pessoalmente a um dos seus ateliês para viver "um ritual de passagem".

Ao retratar essas personalidades, Flemmig afasta-se do portrait convencional e trabalha a imagem abstrata, ressaltando o percurso do retratado e não suas feições. Num primeiro momento, há o impacto com a abstração, mas, pouco a pouco, essa sensação se desfaz a partir da leitura dos nomes dos representados, que aproxima a série do legado anterior do artista. "A tela, assim, deixa de ser abstrata para tornar-se figurativa de uma maneira imperiosamente conceitual, onde o corpo humano ocupa mais uma vez o espaço central", explica a crítica Tereza de Arruda Abreu.

Em cada obra, temos a medição de seis ou sete artistas que, em suas diversidades, compõem um código de barra da cultura contemporânea. Esses grupos foram se formando a partir do que Flemming define como "jogo do acaso da agenda" – cada retratado foi medido ao lado do último personagem que esteve em seu ateliê. Assim, forma-se um cenário cultural-artístico internacional e plural, que une, em alguns casos, pessoas que não se conhecem e não têm nenhuma relação numa mesma tela. Essas combinações implicam em várias reflexões e interpretações sobre a dimensão da arte – e dos artistas. "Trata-se, pois, de um retrato absolutamente concreto, pois retrato a altura da pessoa, e também um retrato conceitual de pessoas de vários campos da cultura que visitaram meu atelier", detalha Flemming.

Entre os retratados estão: José Wilker (ator), Arnaldo Antunes (poeta e músico), Naná Vasconcelos (músico), Emanuel Araujo (escultor), German Lorca (fotógrafo), Claudio Edinger (fotógrafo), Jorge Caldeira (historiador), Alex Atala (cozinheiro), Gilberto Gil (músico), além dos internacionais Michael Nyman (músico), Marianne Sägebrecht (atriz), Eva Mattes (atriz), Winfried Glatzeder (ator), Tim Doud (pintor), Bert Rodrigues (performer), Dimitris Tzamouranis (pintor), entre muitos outros.

O artista

Alex Flemming nasceu em São Paulo, em 1954. Fez o curso livre de cinema na Fundação Armando Álvares Penteado - Faap, em São Paulo, entre 1972 e 1974. Cursou serigrafia com Regina Silveira e Julio Plaza, e gravura em metal com Romildo Paiva, em 1979 e 1980. Viveu por dois anos em Nova York, onde desenvolveu projeto no Pratt Institute, com bolsa de estudos da Fulbright Foundation. A partir dos anos 1990, realiza intervenções em espaços expositivos e pinturas de caráter autobiográfico e começou também a recolher móveis para utilizar em seus trabalhos, aplicando sobre eles tintas, letras ou textos. Reside na Alemanha desde 1995, mas continua expondo no Brasil e mantendo seu ateliê em São Paulo. Em 1998, criou painéis em vidro para a Estação Sumaré do Metrô de São Paulo, com fotos de pessoas comuns, às quais sobrepõe com letras coloridas trechos de poemas de autores brasileiros. A representação do corpo humano e os mapas de regiões em conflito estão na série Body Builders, 2002. Em 2002, são publicados os livros Alex Flemming, pela Edusp, organizado por Ana Mae Barbosa, com textos de diversos especialistas em artes visuais, e Alex Flemming, uma Poética..., de Katia Canton, pela editora Metalivros, e, em 2005, o livro Alex Flemming - Arte e História, de Roseli Ventrella e Valéria de Souza, pela Editora Moderna.

Alturas – Alex Flemming

Abertura 7 de outubro de 2010, às 20h

Visitação de 8 de outubro a 6 de novembro

Terças às sextas, das 10 às 13h e das 14 às 19h

Sábados das 10 às 14h

Galeria Amparo 60

Av. Domingos Ferreira, 92 A

Boa Viagem, Recife – PE

+55 81 3033.6060

www.galeriaamparo60.com.br

 

INFORMAÇÕES: MARIANA OLIVEIRA – (81) 9469.4092

 

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