quarta-feira, 6 de abril de 2011

3 X DESENHO, no Largo das Artes

            3 X DESENHO - Gabriel Netto | Leandro Pereira | Marinho

      

            Curadoria: Martha Pagy

            Abertura: 9 de abril, sábado, de 17h às 20h (livre acesso)

            Exposição: 12 de abril a 7 de maio de 2011

                               terça a sexta - 12h às 18h

                               sábado - 12h às 17h

            Largo das Artes - Rua Luís de Camões, 2 Sobrado Largo de São Francisco

                                        Centro Rio de Janeiro RJ

                                        www.largodasartes.com.br

 

 

O Largo das Artes apresenta 3 x DESENHO, com trabalhos inéditos dos jovens artistas Gabriel Netto, Leandro Pereira e Marinho.

 

A reunião de mais de 30 trabalhos, alguns em grande formato, resulta num painel vigoroso e multifacetado da técnica do desenho e de seus desdobramentos.

 

Um elemento que se destaca no pensamento dos três artistas é a relação entre o movimento, o tempo e o espaço, seja no gestual repetitivo de Gabriel Netto, na investigação do tempo/memória no espaço urbano presente nos objetos-escultóricos de Leandro Pereira ou na "arte de rua" de Marinho.

 

Abaixo, textos dos artistas sobre seu processo criativo.

 

Gabriel Netto apresenta desenhos de grandes formatos que investigam a relação entre gesto, marca e material. Trata-se de desenhos feitos a partir de movimentos corporais que definem as trajetórias pretendidas para as linhas que os compõem. Essas linhas descrevem as ações de esticar ou dobrar os cotovelos, total ou parcialmente; cruzar o braço pelo corpo, da esquerda para a direita, de cima para baixo e em diagonal; de curvar a coluna e flexionar os joelhos; fazer círculos e semi-círculos, usando o braço como compasso etc. 

 

São desenhos que, em sua essência, investigam a relação indicial das marcas (linhas) com a amplitude dos movimentos que as produzem. Sua composição decorre da repetição de cada movimento, geralmente definido por uma vontade física e de embate corporal com algum objeto escolhido como superfície "desenhável". Geralmente feitos em folhas de papel vegetal, esse procedimento, às vezes, é realizado em outros papéis ou materiais como a madeira e o plástico, por exemplo.

 

Do embate corporal com o material saltam aos olhos as fagulhas provenientes do acúmulo de linhas e do brilho do grafite, saturado na superfície. A manipulação das grandes folhas de papel gera marcas – vincos, amassados e rasgosque são entendidas como partes integrantes do desenho e aumentam a interação com a luz. Ora espaciais, ora superficiais, as obras resultantes as vezes reclamam estatuto de objetos, sem deixar, porém, de cultuar a linha e a espontaneidade essencial do desenho como meio de expressão.

 

Leandro Pereira apresenta uma nova série de trabalhos em que o desenho se amplia e se transforma em objeto escultórico. O artista mantém a mesma linha de pensamento que vem conduzindo o seu processo criativo e que se fundamenta na relação arte, espaço e tempo.

A seguir um breve texto do artista:

"Soft City - Com o fim das metanarrativas totalizantes e o surgimento do Pós-Moderno, ocorreram grandes mudanças na estrutura social, econômica e política mundial. O cenário urbano, hoje global, e seus habitantes, fazem parte constante deste processo de mudanças. As cidades que formaram o habitat natural do modernismo ontem, e do pós-modernismo hoje, entraram num contínuo processo de mudanças, que até hoje são vistas e sentidas por nós. Na cultura contemporânea aspectos crescentes como: a indeterminação, a fragmentação, a ausência de discursos universais, a heterogeinidade e a diferença, são algumas destas perspectivas que constróem novas maneiras de ver e de pensar, outrora não conquistadas e representadas.  

Nesta série de trabalhos quero deixar cada vez mais espaço aberto para as diversas possibilidades e livres interpretações individuais, enquadramentos distintos. Porém alguns aspectos me são recorrentes.  O espaço é múltiplo, por isso o valor da distribuição no espaço adquire uma presença predominante para mim, quase lúdica, cidades que flutuam, em suspensão, capturadas num todo. O tempo é outro valor em construção, ou desconstrução, presente simbolicamente no aço, material construtivo, que sofre desgaste pela ação do tempo. Este traz consigo uma memória que esta em constante mudança, oxidando, corroendo no espaço. Reminiscências de um passado que abre lacunas para um futuro. Os caminhos sugeridos ao olhar se fazem por estruturas delicadas, não é um esqueleto de cidades, mas uma cidade em processo ruinoso, na sua simbiose com o tempo, em constante decomposição.    

 

 

Marinho começou desde cedo seu envolvimento com a arte de rua. Aos dez anos, já rabiscava o muro da escola e os lugares por onde passava . Cresceu acompanhando a história da pichação. E seguiu pichando na adolescência até chegar ao grafite no Rio. Nesse momento da pichação surgem os desenhos, que Marinho desenvolve com estilo e técnicas próprias, como parte da arte que ele considera genuína e tipicamente de rua.

Seus trabalhos se espalharam, no Rio, pela Zona Sul, Centro e bairros do subúrbios. E chegou a São Paulo, Bahia, Berlim, Barcelona e Roma.

E, mesmo inserido no circuito formal de galerias, salões e instituições, Marinho nunca deixou de lado seu trabalho nas ruas e considera essas intervenções "como a arte ou a pintura dos nossos tempos. Arte democrática, de livre acesso a todas as camadas sociais, que reinventa o espaço urbano, transformando a paisagem da cidade por onde passam todos os dias milhões de pessoas a caminho de seus trabalhos, indo e voltando num fluxo que não tem fim."

 

Biografias:

 

Gabriel Gimmler Netto, nasceu em Porto Alegre (RS), em 1974. É bacharel em Artes Plásticas e mestre em Design e Tecnologia, ambos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Foi professor substituto das disciplinas de Design de Superfície e Teoria da Percepção, no Instituto de Artes da UFRGS. Vive no Rio de Janeiro, onde trabalha com arte e design gráfico.

 

Integra o Atelier Subterrânea, do qual é um dos fundadores e idealizadores. Sediado em Porto Alegre, o  Atelier Subterrânea é o espaço de trabalho de seis artistas que promovem lá uma série de eventos como mostras de artes visuais, projeções de vídeos, conversas com artistas, seminários e cursos. Recentemente o Subterrânea foi premiado no programa CONEXÕES, da FUNARTE e lançou o catálogo Atelier Subterrânea, patrocinado pelo FUNPROARTE, fundo de financiamento da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

 

No Subterrânea, entre outras atividades, foi idealizador e produtor das exposições Diálogo de Pintura (Rafael Alonso e Álvaro Seixas); Humboldt Revista (Gerson Reichert), Deslocamento, Trajeto e Percurso  (Leandro Machado) e Sala dos Passos Perdidos (Coletivo Passos Perdidos). Humboldt Revista e Sala dos Passos Perdidos ganharam o Troféu Açorianos de Artes visuais (Governo do estado do RS) nas categorias "artista revelação" e "melhor exposição coletiva",  respectivamente.

 

Foi um dos 45 selecionados, entre aproximadamente 1700 artistas de todo o Brasil, para a quarta edição do programa RUMOS ARTES VISUAIS do INSTITUTO ITAÚ CULTURAL. Também foi contemplado com uma das quatro bolsas residências, oferecidas pelo ITAÚ CULTURAL aos artistas selecionados, realizada no INSTITUTO SACATAR, em Itapariaca (BA). Em 2009 participou das duas coletivas (São Paulo e Rio de Janeiro) além de dois recortes curatorias elaborados pela curadoria do programa: MIRANTES, em Rio Branco (AC) e ESPAÇO EM RELAÇÃO, em Salvador (BA). Também expôs em Florianópolis, no 10o Salão Victor Meirelles, em 2008.

 

Em sua pesquisa artística, Gabriel estabelece bases no desenho gestual e abstrato, de onde parte para apropriações, instalações e vídeos performances, questionando-se sobre os limites do prórpio desenho, os limites do uso das coisas e a presença e visualidade dos objetos, além de investigar as relações idiciais entre marca e gesto.

 

Em design gráfico, vem trabalhando com programação visual de exposições e eventos culturais e na direção de arte, diagramação e produção gráfica de livros, revistas, catálogos e materiais educativos de instituições como: Santander Cultural, Fundação Bienal do Mercosul e Fundação Iberê Camargo, entre outros. Recentemente passou a colaborar com Sula Danowski no Danowski Design.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Leandro Pereira - Recife, PE, 1979  

 

Pintor, artista visual e fotógrafo.

Bacharel em Desenho Industrial (2004), complementou sua graduação com os cursos livres da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de janeiro desde 2005. Em 2006 trabalha como artista-residente nos EUA, onde entrou em contato com grandes instituições, galerias e feiras.

Em 2007 retornou ao Brasil e trabalhou durante um ano como fotógrafo para a Clear Channel Brasil e cursou o Processo Criativo com Charles Watson. Em 2008 ingressou no Ateliê Mundo Novo de Charles Watson e participou do International Dynamic Encounters – 2008, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 2009 cursou o módulo avançado de pintura da EAV Parque Lage com Suzana Queiroga e Daniel Senise.

Atualmente, realiza projeto pessoal em Arte e Educação no Rio de Janeiro, onde desenvolve sua produção artística e estuda para o mestrado em filosofia moderna e contemporânea.

 

Formação

2005/2009 - Rio de Janeiro RJ - Freqüenta oficinas de pintura, fotografia na EAV/Parque Lage

2004 - Recife PE - Estuda no Centro de Artes da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

1998/2004 - Rio de Janeiro RJ - Graduado em Desenho Industrial -  Comunicação Visual - UNESA

 

Exposições Individuais

 

2010 – Goiânia GO – Programa de Exposições - Edital 2010, Museu de Arte Contemporânea de Goiás, MAC-GO;

 

2010 –  Rio de Janeiro RJ – "Verso Anverso", Pequena Galeria, Programa de Exposições Centro Cultural Cândido Mendes, Rio de Janeiro, RJ.

curador: Paulo Sérgio Duarte.

 

Principais Exposições Coletivas

 

2011 – Goiânia GO – Recorte de Arte Contemporânea Brasileira com os artistas Leandro Pereira e Pamela Reis(ES); MAG-GO;

 

2010 – Rio de Janeiro  RJ – "Entre Tempos" , Largo das Artes, curadoria: Martha Pagy;

 

2010 – Fortaleza  CE - deVERcidade 2010 – dentro e fora do olhar – Espaço Oi Futuro – Fortaleza;

 

2009 – Rio de Janeiro  RJ – "Entreouvidos no Parque" sobre rádio e pláticas sonoras, EAV Parque Lage;

 

2009 – Rio de Janeiro  RJ – "Só você e os outros passam", Largo das Artes, curadoria: Suzana Queiroga

 

2009 – Goiânia  GO - 8º Salão Nacional de Arte de Jataí, MAC de Jataí – GO;

 

2009 – Ribeirão Preto  SP - Programa de Exposições 2009, Museu de Arte de Ribeirão Preto;

 

2009 – Santo André  SP - 37º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto;

 

2009 – Belém  PA -  XV Salão da Unama de Pequenos Formatos;

 

2008 – Rio de Janeiro  RJ - "Bebel Tiquira", EAV Parque Lage;

 

2006 – Rio de Janeiro  RJ - "Novíssimos 2006, Galeria de Arte IBEU;

 

2005 – Rio de Janeiro  RJ - "Escambo", na Galeria 90;

 

2005 – Rio de Janeiro  RJ - "Pyrata" – Barcas S/A Rio-Niterói, RJ;

 

2005 – Rio de Janeiro  RJ – "(foto)contemporaneav", EAV Parque Lage.

 

 

 

 

Marinho nasceu no Rio de Janeiro, em 1980. Vive e trabalha no Rio de janeiro onde participa também de projetos sociais.

Marinho começou seu trabalho nas ruas do Rio, São Paulo, Bahia e chegou a Barcelona, Berlim e Roma.

Em 2005 recebeu convite para fazer sua primeira exposição na A Gentil Carioca, intervindo nas paredes da galeria e apresentando alguns desenhos.

Participa de feiras internacionais e nacionais e de exposições coletivas e individuais. Em 2008 realiza uma individual na Galeria Mercedes Viegas e participa da exposição de Domenico Vandeli, em Inhotim, idealizada por Ana Dantes. Nela, Marinho pintou os vidros da sala, reproduzindo fragmentos do dragoeiro - árvore que foi o foco de pesquisa do botânico Domenico Vandeli. 

Em 2009, participa da coletiva DA RUA: QUE PINTURA É ESSA?, realizada na Funarte/Rio e São Paulo, com curadoria de Luiza Interlenghi.

 

Contato: Largo das Artes - 21 2224-2985 - largodasartes@gmail.com

               Martha Pagy - 21 8141-3234 - marthapagy@gmail.com

MARTHA PAGY

MIGUEL SAYAD

LARGO DAS ARTES
Rua Luís de Camões, 2 - 20051-020
Rio de Janeiro  Brasil
Tel | Fax 55 21 2224-2985
largodasartes@gmail.com


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