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Bienal do Mercosul anuncia equipe de curadores para a 8ª edição
Cinco profissionais do Brasil, México e Chile compõem a equipe curatorial
O curador-geral da 8ª Bienal do Mercosul, José Roca, nomeou o time de curadores que vai atuar no projeto curatorial desta edição, prevista para acontecer entre setembro e novembro de 2011, em Porto Alegre/Brasil. Composta por cinco profissionais latinoamericanos, a equipe curatorial conta com Pablo Helguera (México) como curador pedagógico, Alexia Tala (Chile), Cauê Alves (Brasil) e Paola Santoscoy (México) como curadores adjuntos e Fernanda Albuquerque (Brasil) como curadora assistente. Os curadores, com exceção de Pablo Helguera, vão reunir-se em Porto Alegre pela primeira vez entre os dias 23 e 25 de setembro, para trabalhar no desenvolvimento do Projeto Curatorial e conhecer os espaços expositivos sugeridos para abrigar a 8ª Bienal do Mercosul: Armazéns do Cais do Porto, Usina do Gasômetro, Santander Cultural e MARGS Museu de Arte do Rio Grande do Sul. Dias antes do encontro em Porto Alegre, os curadores participam da abertura da 29ª Bienal de São Paulo, que acontece no dia 21 de setembro.
A proposta curatorial para a 8ª Bienal vai abordar a territorialidade a partir das perspectivas geográfica, política e cultural, e compreende noções de localidade, território, mapeamento e fronteira, o Mercosul como construção geopolítica, as organizações supranacionais de região e a cidade de Porto Alegre como lugar a ser descoberto e ativado através da arte. Esta temática será aplicada em exposições e outras estratégias de ativação, além de permear as ações do Projeto Pedagógico. O projeto para execução da Bienal está em fase de viabilização e orçamentação. Em breve serão definidas as ações educativas e a data para a apresentação pública do projeto curatorial completo.
Perfis dos curadores
José Roca curador-geral. Nasceu em Barranquilla/Colômbia, em 1962. Formado em arquitetura (Universidad Nacional de Colombia) com especialização em Estudos Críticos (Whitney Independent Study Program, New York) e mestrado em Design e Gestão de Edificações Culturais (Ecole dArchitecture Paris-Villemin, Paris), tem 47 anos e trabalha entre Bogotá (Colômbia) e a Filadélfia (EUA). Durante uma década dirigiu o programa artístico do Banco de La República em Bogotá, transformando-o em uma das mais respeitadas instituições no circuito da América Latina. Roca foi cocurador da I Trienal Poli/gráfica em San Juan/Puerto Rico (2004), da 27ª Bienal de São Paulo/Brasil (2006), do Encuentro de Medellín MDE07 (2007) e da Cart[ajena], uma série de intervenções urbanas em Cartagena/Colômbia (2007). Participou do Júri da 52ª Bienal de Veneza (2007). Ainda em 2011, Roca estará à frente da curadoria de uma exposição da artista gaúcha Regina Silveira na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre/RS. Seus outros recentes projetos curatoriais incluem: Muntadas: Informação, Espaço, Controle, a ser realizada em 2010 na Pinacoteca do Estado de São Paulo/Brasil; Välparaíso, uma série de intervenções urbanas em Valparaíso/Chile (2010); Otras Floras, na Galeria Nara Roesler, em São Paulo/Brasil (2008); Phantasmagoria: Espectros da Ausência, uma exibição itinerante organizada por iCI e pelo Museo de Arte del Banco de la República (2007-2009); Botánica Política, na Sala Montcada/La Caixa, em Barcelona/Espanha (2004) e Traces of Friday: art, tourism, displacement, no ICA - Institute of Contemporary Art, na Filadélfia/EUA (2003). Atualmente, é diretor artístico da Philagrafika 2010: The Grafic Unconscious - um festival de artes gráficas contemporâneas que acontece simultaneamente em vários espaços expositivos da Filadélfia.
Pablo Helguera curador pedagógico. Nasceu na Cidade do México em 1971, Vive e trabalha em Nova Iorque, EUA. É artista visual e educador. Trabalha com diferentes linguagens instalação, performance, fotografia, desenho e escultura e temas como história, pedagogia, sociolingüística, etnografia, memória e absurdo, em formatos variados como palestras, estratégias museológicas, performances musicais e escrita de ficção. Sua atuação como educador está diretamente relacionada ao seu trabalho como artista, refletindo sobre questões de interpretação, diálogo e o papel da cultura contemporânea no mundo globalizado. Esta intersecção está presente no projeto "Escola Panamericana do Desassossego", uma escola itinerante que, no formato de uma camionete, cruzou o continente americano de Anchorage (Alasca/EUA) à Terra do Fogo (Argentina), fazendo 40 paradas. A escola é considerada um dos mais extensos projetos de arte pública já registrados. Trabalhou em vários museus de arte contemporânea e foi chefe de programas públicos no Departamento de Educação do Museu Guggenheim, em Nova Iorque (1998-2005), onde organizou cerca de 500 eventos públicos e 30 exposições. Desde 2007, é diretor do Adult and Academic Program no Museum of Modern Art MoMA (Nova Iorque/EUA). Realizou exposições e performances nos seguintes locais: MoMA/Gramercy Theater (2003), Royal College of Art,(Londres/Inglaterra), 8 ª Bienal de Havana (Cuba); Shedhalle (Zurique/Suíça); PS1 Contemporary Art Center (Nova Iorque/EUA); Brooklyn Museum (Nova Iorque/EUA); IFA Galerie (Bonn/Alemanha); Tokyo Metropolitan Art Museum (Japão); Malba Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (Argentina); Espacio Alternativo Ex-Teresa (Cidade do México); The Bronx, Artist Space (Nova Iorque/EUA) e Sculpture Center (Nova Iorque/EUA). Em 2008, foi premiado com o John Simon Guggenheim Fellowship e também recebeu o Creative Capital Grant, em 2006, entre outros prêmios. Sua primeira composição musical, "Endingness" foi executada em Nova Iorque pela Orquestra das Américas. É autor de oito livros e sua obra está presente em coleções de importantes instituições como Museo del Barrio (Nova Iorque/EUA), Museum of Contemporary Art (Chicago/EUA), Weatherspoon Museum (Greensboro/EUA), Tom Patchett Collection (Los Angeles/EUA) e Karl Ernst Osthaus Museum (Hagen/Germany). Mais informações em http://pablohelguera.net.
Alexia Tala curadora adjunta. Nasceu em Santiago, Chile, em 1966. Vive e trabalha no Chile, atuando também como professora-convidada em instituições de arte da Inglaterra. Mestre em Artes pelo Camberwell College of Arts. Foi cocuradora da primeira Bienal de Performance Deformes (Chile, 2006), cocuradora do Museum Man na mostra Historia de la Desaparición (arquivos Franklin Furnace - Centro Cultural Palacio La Moneda, Chile, 2007) e curadora do Focus Brasil no Chile (2010). Escreve para revistas de arte na Inglaterra e é autora da publicação Installations and Experimental Printmaking (Reino Unido, 2009). Sua pesquisa sobre artistas contemporâneos que utilizam técnicas experimentais de gravura para criar instalações, descobriu um movimento em rápida expansão na Inglaterra e no resto do mundo.
Cauê Alves curador adjunto. Nasceu em São Paulo, Brasil, em 1977. Vive e trabalha em São Paulo. Curador brasileiro e professor do curso Arte: história, crítica e curadoria, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É curador do Clube de Gravura do Museu de Arte Moderna de São Paulo e membro do Corpo Editorial da Revista Número. Foi membro do Conselho Consultivo de Artes do MAM-SP (2005-2007) e realizou, entre outras curadorias, MAM[na]OCA: arte brasileira do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo (2006), a mostra Quase líquido, Itaú Cultural (2008) e Da Estrutura ao Tempo: Hélio Oiticica, no Instituto de Arte Contemporânea (2009). Atualmente está preparando uma exposição monográfica sobre Mira Schendel (2010) e será um dos curadores do Panorama da Arte Brasileira do MAM (2011).
Paola Santoscoy curadora adjunta. Nasceu na Cidade do México, em 1974. Vive e trabalha no México. É curadora da primeira Bienal de las Américas, em Denver/Colorado (EUA), intitulada "La Naturaleza de las Cosas". Foi curadora em diferentes espaços expositivos da Cidade do México: La Panadería (2000-2001), Museo de Arte Carrillo Gil (2001-2003), e Museo Tamayo Arte Contemporáneo (2004-2007). Em 2005, junto com Willy Kautz e Sebastián Romo, iniciou o projeto curatorial 111 (un día, un artista, una obra). Seus projetos de exibição incluem: Todo va a estar bien (2004); Jesús Rafael Soto, Visión en Movimiento (cocurada com Tatiana Cuevas); Come closer (2005); Outside In, Robin Minard (2006). Realizou ensaios e projetos curatoriais para instituições internacionais como Künstlerhaus Bethanien (Berlim/Alemanha), Fundación Proa (Buenos Aires/Argentina), GAMeC (Bergamo/Itália) y Piano Nobile (Genebra/Suíça) e colabora periodicamente com publicações de arte contemporânea. Em 2007 e 2008, exerceu a função de curadora da seção Solo Projects na feira de arte contemporânea de Madri/Espanha, Arco.
Fernanda Albuquerque curadora assistente. Nasceu no Rio de Janeiro, em 1978. Vive e trabalha entre São Paulo e Porto Alegre. Jornalista, curadora e crítica de arte, é doutoranda em História, Teoria e Crítica de Arte pelo PPGAV/UFRGS e mestre pelo mesmo programa e instituição. Foi curadora de artes visuais do Centro Cultural São Paulo - CCSP (2008-2010). Atualmente, atua no Projeto Educativo da 29ª Bienal de São Paulo (2010), no grupo de crítica de arte do Paço das Artes (2007, 2008 e 2010) e no Instituto Tomie Ohtake, na área de cursos e publicações educativas (desde 2006). Em 2009, participou do programa Courants du Monde, na França, formação em artes plásticas e política cultural oferecida pela Maison de Cultures du Monde em parceria com o Ministério da Cultura francês. Publicou artigos e entrevistas em revistas como Contemporary Magazine (Londres), Exit Express (Madri), Número (São Paulo), Tatuí (Recife) e Aplauso (Porto Alegre). Como curadora, coordenou o projeto Artistas Convidados do Programa de Exposições 2009 do CCSP, desenvolveu o projeto Vandeluz para a 7ª Bienal do Mercosul (2009) e, em parceria com outros curadores, realizou as exposições Sinais de fumaça (2009) e Passagens secretas (2008), no CCSP, e Campo coletivo (2008), no Centro Universitário Maria Antonia. Integrou o projeto Arte e Identidade Cultural na Indústria, promovido pelo SESI-RS (2007-2008). Em 2010, participou da comissão de seleção do prêmio EDP nas Artes, promovido pelo Instituto Tomie Ohtake. Em 2007, integrou o júri do edital Conexões Artes Visuais/MinC/Funarte/Petrobras em 2007. Atuou na equipe da revista Aplauso como responsável pela área de artes visuais (2002-2005) e na Fundação Iberê Camargo, como estagiária e editora do site da instituição (2001-2003).
Para referência
Criada em 1996, em Porto Alegre/RS, a Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul é uma instituição de direito privado, sem fins lucrativos, que tem como missão desenvolver projetos culturais e educacionais na área de artes visuais, adotando as melhores práticas de gestão e favorecendo o diálogo entre as propostas artísticas contemporâneas e a comunidade.
Nos anos ímpares, a Fundação promove o evento Bienal do Mercosul, reconhecido como o maior conjunto de eventos dedicados à arte contemporânea latinoamericana no mundo, oportunizando o acesso à cultura e à arte a milhares de pessoas, de forma gratuita.
Em catorze anos de existência, a Fundação Bienal do Mercosul realizou sete edições da mostra de artes visuais, somando 444 dias de exposições abertas ao público, 57 diferentes exposições, 3.882.672 visitas, acesso totalmente franqueado, 1.034.898 agendamentos escolares, 180.089 m² de espaços expositivos preparados, áreas urbanas e edifícios redescobertos e revitalizados, 3.664 obras expostas, intervenções urbanas de caráter efêmero e 16 obras monumentais deixadas para a cidade, 138 patrocinadores e apoiadores ao longo da história, participação de 1.261 artistas, mais de mil empregos diretos e indiretos gerados por edição, além de seminários, palestras, oficinas, curso para professores, formação e trabalho como mediadores para 1.248 jovens. A Diretoria e os Conselhos de Administração e Fiscal da Fundação Bienal do Mercosul atuam de forma voluntária.
Todos os eventos e ações da Fundação são oferecidos gratuitamente ao público, com recursos incentivados por uma grande rede de patrocinadores, parceiros e apoiadores.
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