Abre quarta, 28 de novembro, às 20 horas
O conhecimento humano costuma separar, de um lado, as ciências exatas, matemáticas e lógicas;
de outro, as humanidades. Nessa lógica, a criação artística costuma aparecer com mais frequência
junto ao segundo campo, o das intuições, das liberdades e dos desregramentos. No outro extremo,
em solo árido, infértil, repousariam o rigor matemático, a linha reta e o percurso objetivo.
Trabalhos como os de Gisela Waetge tornam mais poroso esse muro que divide em dois um mesmo mundo.
Suas pinturas e seus desenhos evidenciam a beleza da matemática – o que seria, digamos, uma estética
da exatidão. Eles nos lembram que há algo, de fato, belo, harmonioso, atraente, em retas que se cruzam
e se interceptam, que estabelecem quadros, quadrados, retângulos, que dão origem a novos pontos, planos,
círculos, a esquemas gráficos e a campos de energia. Ocorre também que essa beleza exata pode conviver bastante
bem com aquela outra, mais maleável; na aparência, mais livre e mais descontrolada. Há sempre algum imprevisto.
As grades que Gisela risca – base 12, base 9, uma assentada sobre a outra – comentam justamente essa
tensão. Não se trata mais de celebrar um campo puro, exato, preciso; nem o outro, irreprimido, vasto,
indeterminado. As forças se combinam. Os campos se entrelaçam. As grades se erguem
entre um e outro, não para separar, mas antes para sobrepor.
Em cartaz até 1 de fevereiro de 2013
Apoio: BD Divulgação / Flow filmes / Galeria Gestual / Vinícola Salton
51 33333294 - 91074429
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