quarta-feira, 18 de abril de 2012

Mônica Filgueiras & Eduardo Machado Galeria - Lúcio Carvalho - 26/04/2012



Mônica Filgueiras & Eduardo Machado Galeria inaugura a mostra Invasões, de Lúcio Carvalho, trazendo manipulações digitais que sugerem a tomada de espaços vazios de museus e instituições culturais de renome por uma população carente, "assimilando cultura e sendo assimilada", nas palavras do próprio artista plástico. A exposição, com curadoria de Eduardo Machado, traz obras criadas a partir da apropriação de registros anônimos, jornais e revistas escaneados e imagens extraídas da internet. A aglutinação desses elementos resulta nos espaços curiosos propostos por Lúcio Carvalho. Abertura: 26 de abril.


Exposição           Lúcio Carvalho – Invasões

Texto                   Li Camargo

Curadoria            Eduardo Machado

Abertura              26 de abril, quinta-feira, às 19h

Período               27 de abril a 19 de maio de 2012

Local                   Mônica Filgueiras & Eduardo Machado Galeria – mofilgue@terra.com.br

Rua Bela Cintra, 1533 - Jardins - São Paulo

Tel.: (11) 3082-5292

Horário                segunda a sexta das 10h às 19h, sábado das 10h30 às 14h


A Mônica Filgueiras & Eduardo Machado Galeria abre a exposição Invasões, individual de Lúcio Carvalho, trazendo manipulações digitais que retratam a tomada de espaços de grandes museus e instituições culturais de renome por uma população carente.

As obras dessa mostra, com curadoria de Li Camargo, são compostas por fotografias de alguns dos museus mais famosos do mundo, como Louvre, Metropolitan e Guggenheim, por exemplo, transpostas por imagens de objetos que evidenciam uma população marcada pela falta de acesso à cultura: cadeiras de plástico, varais, fiação com tênis pendurados, barracos, pneus, antenas. "Uma fatia da população miserável, sem teto ou terra, que passa a vida sem questionar, sem se rebelar", diz Lúcio. "Pois que questione, invada e ocupe os maiores centros culturais do mundo, e que tome como seu por direito, trocando culturas, assimilando e sendo assimilada", completa.

Invasões é marcada pelo contraste entre representações do que há de mais elevado em termos de cultura com a pobreza. De acordo com o artista, essa série representa "uma espécie de simbiose entre favela e barroco, ouro e lixo, riqueza e pobreza, o ganha-pão e a diversão". Embora tenham total ausência da figura humana, com a qual Lúcio costuma trabalhar desde o começo de sua carreira, a ação do homem nesses trabalhos é evidente. Ainda que compostos apenas de objetos inanimados, são cheios de vida.

Essas obras são produzidas através da aglutinação de registros anônimos, jornais e revistas escaneados e imagens extraídas da internet. O processo é iniciado com a imaginação de uma cena onírica, passa por uma seleção de imagens quase aleatórias, chegando à composição da obra em si, que, ao chegar a um corpo satisfatório, é sujeita a um processo de finalização detalhada, com a inserção de texturas, estampas, sombras, brilhos, reflexos e distorções.

O modo de produção das obras que fazem parte de Invasões faz com que surja uma outra discussão, além do tema central, que aborda essencialmente questões de riqueza e pobreza, de acesso e restrição a espaços e bens culturais. Através da apropriação de imagens alheias para a construção de seus trabalhos, Lúcio Carvalho levanta mais uma questão que tem ligação direta com economia e cultura, assim como o cerne da exposição: a ideia clássica de autoria.

 

O artista

Nascido em Cambuci, RJ, em 1965, Lúcio Carvalho vive e trabalha em São Paulo. Graduou-se em Design Industrial na Unicidade, no Rio de Janeiro. Já expôs seus trabalhos em diversas cidades do Brasil e também na Itália, EUA, França, Bélgica, Japão e Holanda. Venceu prêmios nacionais e também no exterior, sendo um deles o prêmio do cinquentenário do museu Guggenheim, em 2010: uma proposta para a ocupação de seu vazio. Lúcio foi vencedor com uma obra que exibe um amontoado de barracos bem no meio do museu nova-iorquino, obra que, aliás, originou série "Invasões".

 

A galeria

Mônica Filgueiras, que atuou no circuito das artes plásticas desde os anos 60, inaugurou sua própria galeria em 1980, com uma mostra individual de Antonio Dias. O espaço, há mais de três décadas, além de seu trabalho permanente baseado em seu acervo, realiza exposições regulares de artistas contemporâneos, que, dada a sua amplitude, tem uma forte repercussão no campo cultural. Em 2011, Mônica firmou parceria com o colecionador de arte Eduardo Machado e o espaço passou a ser chamado Mônica Filgueiras & Eduardo Machado Galeria.


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Bruno - Balady Comunicação



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